A Marinha do Brasil recebeu nesta quinta-feira (1º), em Itaguaí (RJ) o Riachuelo (S40), o primeiro de uma classe de quatro submarinos de propulsão diesel-elétrica do projeto S-BR, produzidos no Brasil com a assistência técnica de franceses da empresa Naval Group.
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O Riachuelo tem comprimento total de 70,62 metros, diâmetro de casco de 6,2 metros, deslocamento na superfície de 1.740 toneladas e deslocamento em imersão de 1.900 toneladas. Tem seis tubos lançadores de armas, com capacidade para lançamento de torpedos eletroacústicos pesados, mísseis táticos do tipo submarino-superfície e minas de fundo.
Os submarinos da classe Riachuelo são derivados do projeto Scorpène, desenvolvido pela companhia francesa no final dos anos 1990 e atualmente em serviço nas marinhas do Chile, Malásia e Índia. Do mesmo projeto vai surgir também o Álvaro Alberto, o primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear.
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Submarinos Classe “Riachuelo”
Devido às diversas tecnologias e inovações, os submarinos Classe “Riachuelo” (S-BR) são mais versáteis que os submarinos Classe “Tupi” (“Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”) e são considerados operativamente superiores a diversos submarinos disponíveis atualmente no mundo.
Eles contam com sensores avançados – como o conjunto de sonares e os periscópios com câmeras para visão noturna -, além de um sistema de gerenciamento de combate dotado de modernos e complexos algoritmos, que permitem ao submarino detectar e classificar alvos a longas distâncias. Os S-BR contam, também, com maior autonomia que seu ascendente da Classe “Scorpène”, devido a uma alteração no projeto que incluiu uma seção intermediária para aumento das acomodações e dos tanques de água.
Por meio de um processo de transferência de tecnologia, a construção dos S-BR está sendo realizada por mão de obra brasileira (engenheiros e técnicos) contando com a assistência técnica de franceses da empresa Naval Group. O Programa de Nacionalização já qualificou cerca de quarenta empresas brasileiras para a fabricação de componentes do submarino, em mais de cem projetos, sendo os principais deles: a fabricação das válvulas de água salgada pela empresa Micromazza, a fabricação das baterias pela empresa NewPower e a fabricação do Mancal de Escora pela empresa Miba.
Para a construção dos submarinos brasileiros convencionais e, no futuro, do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear “Álvaro Alberto”, foi construído em Itaguaí um complexo naval que possui diversas instalações, equipamentos e sistemas especializados. Hoje, ele é um dos mais modernos estaleiros de construção naval existentes, já que a construção de submarinos exige mão de obra altamente qualificada e um parque industrial equipado, de modo a possibilitar a execução das diversas atividades de fabricação, comissionamento e testes. Tudo isso exige a integração de tecnologias sofisticadas, seguindo rigorosas normas e padrões de qualidade e segurança.
Submarinos convencionais, com propulsão diesel elétrica
Os submarinos convencionais, com propulsão diesel elétrica, tem a capacidade de ocultação periodicamente quebrada, uma vez que necessitam se posicionar próximo à superfície do mar para aspirar o ar atmosférico em determinados intervalos de tempo. Esse procedimento é necessário para permitir o funcionamento dos motores diesel e renovação do ar ambiente.
Nessas horas, em função das partes expostas acima d’água, tornam-se vulneráveis, podendo ser detectados por radares de aeronaves ou navios. Para limitar tal exposição, devem economizar energia ao máximo, o que lhes limita a mobilidade.
Por isso, são empregados segundo uma estratégia de posição, isto é, são posicionados em uma área limitada, onde permanecem em patrulha, a baixa velocidade.
Em razão disso e graças a suas reduzidas dimensões, que lhes permitem manobrar em águas muito rasas, são normalmente empregados em áreas litorâneas.
Fonte: Agência Marinha de Notícias