Sem recursos para comprar aeronaves de combate novas, a Argentina acabou de receber cinco unidades do caça-bombardeiro Dassault Super Étendard, operado entre 1978 e 2016 pela aviação naval da França.
Em um pacote que custou aos argentinos 12,5 milhões de euros (cerca de R$ 55 milhões), o país vizinho recebeu, além das aeronaves desativadas pelos franceses, equipamentos, peças sobressalentes e um simulador de voo. Os cinco aviões são da versão Modernisé (Modernizado, em francês), que nos anos 1990 e 2000 receberam um novo radar e sistemas de voo e de autodefesa atualizados.
Trata-se na verdade de um retorno do Super Étendard à defesa aérea da Argentina. Em 1979, o país adquiriu 14 unidades do então novíssimo avião, que se notabilizaram na Guerra das Malvinas, em 1982, pelos ataques bem sucedidos a navios britânicos com mísseis AM39 Exocet. Os Super Étendard “originais” argentinos voaram até 2013, quando foram desativados por falta de peças.
Os “novos” aviões serão operados — assim como os antigos — pela aviação da Armada Argentina. O reforço chega em boa hora para a Argentina, cuja defesa aérea dependia até então de uns poucos exemplares remanescentes dos 36 Lockheed Martin A-4AR Fightinghawk (versão modernizada do Douglas A4 Skyhawk operada desde o final dos anos 1990) e do jato de treinamento IA-63 Pampa, de projeto local. Ambos operados pela Força Aérea Argentina.
Um cenário trágico para um país que já teve uma das aviações militares mais bem equipadas do hemisfério sul, tendo sido inclusive uma das pioneiras no mundo a operar caças a jato, já na década de 1940.